A geleira da Ilha Pine na Antártica sofre um grande deslizamento de terra

descongelar a antártica

A Geleira Pine Island, localizada na Geleira Antártica, é uma das duas geleiras mais instáveis. É a maior barragem glacial da região, e neste 23 de setembro sofreu uma grande ruptura. 267 km quadrados de superfície foram destacados, cerca de 4 vezes o tamanho de Manhattan. De acordo com Stef Lhermitte, professor de Geociência e Medição Remota da Delft Technical University, na Holanda, o iceberg gigante pareceu mais tarde se quebrar em várias ilhas de gelo após ficar à deriva no Oceano Antártico.

O evento é resultado de um colapso interno da geleira. Pine Island é uma das duas geleiras que, segundo os pesquisadores, estão mais sujeitas à rápida deterioração, trazendo mais gelo de dentro da camada para o oceano. Todos os anos, a geleira perde 45.000 bilhões de toneladas de gelo. Desde 2009, já houve dois enormes deslizamentos de terra desta geleira. Um em 2013 e um em 2015. Também é responsável por um quarto do degelo total da Antártica.

O que você pode esperar de todo esse degelo?

Há meses os pesquisadores já alertam para o risco de um deslizamento como o que ocorreu. O derretimento da geleira pode inundar as costas de todo o mundo. Considerando que o Pólo Sul, a Antártica, contém 90% do gelo do mundo, além de 70% da "água doce" da Terra, estima-se que seu degelo completo aumentaria o nível do mar em 61 metros. Desnecessário dizer que isso seria uma catástrofe.

Isso não pode acontecer durante a noite. O degelo está sendo gradual mas contínuo, não para. Ao longo do ano, na estação fria congela, e na estação quente descongela. O problema é que descongela mais do que o gelo que produz, e não para de ir a mais, deixando-nos eventos como as notícias em mãos. O fato é que o aquecimento global está afetando diretamente, e embora a temperatura média da Antártica seja de -37ºC, o degelo não é apenas gradual, está se tornando cada vez mais progressivo.

Além da implicação que isso pode ter no aumento do nível do mar, não termina aí. Isso modificaria as correntes de água oceânicas, afetando o que é conhecido como "cinturão transportador do oceano".

O cinturão de transporte marítimo em risco

Este grande cinturão é uma grande corrente das águas dos oceanos que exerce uma redistribuição de temperaturas. A água fria vai para o equador, onde se aquece. Quanto mais alta a temperatura, menos peso ela tem e mais alto a água corre neste riacho. Quanto mais baixa a temperatura, mais baixo ela se desloca. Essa mudança nas temperaturas também contribui para a vida nos oceanos, e que certas áreas de terra podem desfrutar de certos climas.

Com o derretimento total dos pólos, o cinturão transportador oceânico desaparececeria. As correntes seriam afetadas e até os ventos. Uma das primeiras consequências que ocorreriam se parasse seria ver como os corais morrem. A importância que têm em grandes ecossistemas marinhos teria um impacto devastador na vida. Seria o resultado do efeito dominó, já que os corais são a base da vida de muitos outros organismos, e até da simbiose com outros organismos. A margem que eles têm de adaptabilidade às mudanças de temperatura é muito pequena. Portanto, seu habitat sempre oscila entre uma temperatura de água de pelo menos 20ºC e máxima de 30ºC.

degelo causado pela mudança climática e aumento das temperaturas globais

Não seria a primeira vez que isso aconteceria, e é aqui que muitos debates se abrem sobre se é efeito do aquecimento global causado pelo homem, ou do próprio ciclo do planeta. A última vez que há registros desse fenômeno foi há 13.000 anos. Afinal, pode ser o ciclo do próprio planeta e que o ser humano o acelerou, deixando sua marca. Enfim, o que se sabe é que o ser humano está afetando o globo inteiro. Há cada vez menos discussões em face de tantas evidências.


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